27 agosto, 2009

trinta e seis

o 18:

Hoje, a caminho de casa, com a barriga a apertar de fome, no autocarro, reparei num miúdo ao colo da mãe, no banco logo por trás do condutor. Ria-se alto, as velhinhas dos bancos de trás coxixavam, e o menino quase a cair dos braços da senhora, a olhar pela janela diz "Ponte. Tão grande!" e põe um sorriso enorme nos lábios. Não parou de falar durante um segundo, ainda tirei os auscultadore dos ouvidos para o ouvir melhor. De vez em quando tentei ver se o condutor lhe ia achando alguma piada. No caminho todo, nem um sorriso deu. Não me pareceu que tenha achado um pingo de graça ao rapaz. Achei justo ter a partir de hoje um carinhoso ódio de estimação pelos condutores de autocarros.

(isto tudo a ouvir: young adult friction - the pains of being pure at heart)


2 comentários:

rute disse...

Condutores de autocarros...que espécie, essa!
Não raras vezes também testemunho situações um tanto ou quanto estranhas.

Sem dúvida que seriam um optimo tema para um documentário da BBC-Vida Selvagem! xD

chocolate disse...

eles são claramente uma máfia.. é o que eu acho! *-)