18 janeiro, 2010


Arranjar um sorriso que diga "Primavera" de uma ponta à outra, roubar ao que não muda de cor o ar sério, dizer-te que não mudo e não quero. Deitar fogo às folhas brancas a vida toda, falar sem falar de ti. Habituar-me à ideia, escrever um romance sobre dois velhos demasiado novos para se ouvirem, a porra dum desgosto por mais um dia ou dois a vida inteira. A bebedeira no corpo todo. O beijo de boa noite na testa que não sirva de nada. Vou tentar guardar o corpo direito, o corpo bebâdo, o peito feito e o plano de fuga feito, guardado debaixo da cama onde nunca durmo. Vou fazê-lo, o que nunca fiz, o que tenho feito a vida toda sem querer. O cigarro a apagar apesar de tudo, a deitar fogo às minhas melhores meias dúzias de linhas. Escrever a história de novo, um final feliz desde o início e uma capa que tenha o meu nome, em letras pretas gigantes. A minha melhor história. Por escrever.


" "Rome is burning", he said as he poured himself another drink, "yet here I am knee deep in a river of pussy." "Here it comes", she said to herself, another self-centered whiskey soaked guy talking about how fucking great everything was in the past and about how all us poor souls born too late to see the Rolling Stones at where ever or snort the good coke they had at Studio 54. How we all just missed out on practically everything worth living for, and the worst part was, she agreed with him. "Here we are", she thought, at the edge of the world, and all of us are so desperate to feel something, anything that we keep falling into each other and fucking our way towards the end of days" californication, EPO6, S1

1 comentário:

Guardião disse...

haha californication.
A tua parte, em termos de contéudo, do melhor.