Os óculos de sol, a chover lá fora.
O teu dedo mindinho num tic-tac sobre a mesa com garrafas vazias.
O teu mau hálito e o tic-tac nervoso.
Tenho tantas saudades.
O polegar torto, com a unha pintada, a bater na mesa.
O mindinho a bater também.
O dedo do pirete parado, sempre parado.
E entre os dois, o dedo dos anéis de noivado, não tinha nenhum anel.
Eu tinha o meu posto, com a marca na pele que sei lá quantos anos tenho.
Aquele bocado de pele, que há anos não havia de ter visto
sol era o pedaço no corpo que mais meu me era.
O não saber há quantos anos tenho os meus braços nos teus, pesa-me.
Devia marcar no calendário no fim de cada dia, uma cruz,
por cada respirar ao mesmo tempo,
por cada lábio teu nos meus,
por cada merda que a gente passa e esquece.
3 comentários:
Tens de ver o stay
Tens de ver o stay
Sabes, este é dos melhores textos que já li. E com melhor não quero dizer em termos literários, ou como eu diria em nivel de gayzisse. nah, com melhor quero dizer mesmo muito bom.
Para mim, por causa da pessoa que sou, este texto tá mesmo, mesmo, pff brutal.
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