27 dezembro, 2008

dezasseis


Sei quantos passos foram os que dei até aqui. Sei como ter tudo de volta e voltar. Mas não sei se não é aqui que me quero, a meio caminho de lado nenhum, a ver-te passar. Tenho um ponto escrito na mão e não sei o que era para lembrar, tenho a boca seca de não beijar nada que não vento. Tenho as mãos em concha, a carregar terra, a plantar saudade debaixo. Quero nascer aqui. Ser de onde nunca estive, para tudo ser novo uma e outra vez. Vou escrever histórias do avesso, que comecem onde já só há que olhar para trás e ver de onde é que viemos. Hoje não me sigas,e parte pela noite dentro, à caça de nuvens. Encontramo-nos de certeza.  

(E o meu ponto escrito na mão, lembro-me agora: Pu-lo a tentar imitar um sinal teu.)



Feliz ano novo

4 comentários:

Guardião disse...

ai...meu está mesmo mesmo bonito, então essa última frase dentro parenteses, whooosh!
Essas nuvens.

ragdoll disse...

eu nao tenho um sinal na mao, :)


e... a saudade que esta plantada debaixo da terra das tuas maos, é a que cuidas de regar ciosamente dia a dia, é?

Anónimo disse...

este está particularmente fenomenal, tenho dito

AF disse...

Feliz ano, carlos *
sempre a 'dar' bons textos!