17 outubro, 2009

quarenta e dois


Lembras-te da primeira vez que falámos? Ando a tentar lembrar-me de tudo e à procura de espaço na cabeça. A guitarra ao meu lado, uma música quase escrita. Vou só pelas últimas cordas e por duas frases o tempo todo. Tenho dormido debaixo deste céu, sobre a pedra, minha cama. Um livro quase lido, dois quase escritos. Vou atrás de ti a levar tempo, a ver se amanhã é outro dia afinal de contas. Tenho medo que seja. Por mim. Por nós.
A minha almofada feita de aviões de papel amarrotados, metidos num saco velho, a minha cabeça sobre ela, a minha mão à tua volta. Os pés e as meias rotas, o pijama e o cabelo curto,
o amor e o tempo que demora.

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