Eu não te quero fazer lembrar ninguém. Quero ter-me de volta ao ver-te, não me perder de vista nunca. Mas o que dói é isto. Os abraços apertados demais a cortar o fôlego, é não saberes que é aqui que fico quando ficas de voltar depressa. É isto que dói. Não ver um único olhar de volta. A palma da mão nua, o pulso a mexer sobre o braço esticado, onde as mangas corridas esvoaçam. A mão, de um lado para o outro. É isto que dói: ter de me ter a mim sozinho de volta. Eu não te quis fazer lembrar ninguém. Quis chegar, não ter nada para além de mim. Ser maior que tudo.
Lembras-te? As tuas mãos cabiam nas minhas. O que dói é isto: não saber se é de ti de que sinto falta quando o peito aperta contra os braços, quando a voz pára e o meu olhar nasce no teu.
2 comentários:
Estar do outro lado dói também...
Gostei.
Tava aqui a pensar, quão parvo é comentar se gostei ou não do que escreves. Como se o eu gostar ou não fosse de qualquer relevância! É quase arrogncia.
Mas na minha falta do que dizer e intimidado por esta presença, digo só gostei, sem qualquer sombra de presunção, espero eu.
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