12 dezembro, 2011
oitenta e um
Contei três aviões e é noite cerrada. Um avião, um desejo. Ensinaste-me, aprendi. Há tiques que começam a fazer sentido. A minha cama continua a ter espaço para ti, deixo sempre espaço para ti. Três aviões. Cruzei os dedos três vezes, três vezes que te imitei o tique e rezei pelo velho. Eu juro que não sou de rezar, não planeio repetir a brincadeira. Mas dá-me dois minutos e tempo para vestir mais um casaco. Aguento o frio e fico a contar os aviões todos, os que houver no céu, pelo Velho. Sabes a merda que é o meu "Vai tudo ficar bem" não valer de nada? Vou agora para a varanda outra vez. O blog, mais dia menos dia, acaba de vez. Sigo viagem para outro lado. Mais três ou quatro dias, conto as 100 publicações e arrumo a trouxa. Queria estar contigo. Vamos esperar que tudo corra bem. Não mereces outra coisa. Não vou prometer nada, tenho de me deixar disto. Não sou Deus nenhum para fazer ideia do que se diz agora. Dorme bem. Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, e eu faço de conta que sei o que se diz agora. O que é que faço às mãos? Vou pedir que tudo corra bem, é só passar o próximo avião. Não vou prometer nada, não posso. Beijinho na testa, beijinho na ponta do nariz. Se eu não dormir nada de jeito hoje, dorme tu. Vamos fazer de conta que não me vim embora, esticar a coisa só mais uns dias. Juro que queria dizer a coisa certa. Fica para a próxima. Fica comigo. Mais um avião. Amanhã digo-te quantos foram. Boa noite
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