sonho.comboio
13 dezembro, 2011
12 dezembro, 2011
oitenta e dois
oitenta e um
11 dezembro, 2011
oitenta
04 dezembro, 2011
setenta e nove
03 dezembro, 2011
setenta e oito
28 novembro, 2011
setenta e sete
22 novembro, 2011
quase setenta e seis
20 novembro, 2011
setenta e cinco
- Faça-me um favor, segure-me o copo enquanto eu peço outro para estoirarmos num piscar de olhos.
- Deixe. Continue. Creio que chega por hoje. Para mim, pelo menos
- Sejamos crianças, que acha? São a matéria-prima de tudo. São ouro por polir. Se há música para pôr a tocar, deixemo-los dançar, deitar fogo a isto tudo para tirarem uma fotografia, para um quadro, para uma sala. Imagine só. Uma casa a arder, e um miúdo que tire uma fotografia. Para pendurar numa parede, numa outra casa. O preço da arte, não acha?
- Acho que ainda somos crianças, isso é que eu acho.
- Pois não somos. Nem podíamos estar mais longe. Velhos, entende? Será que me entende? Claro, os miúdos não têm isto de fumar, das mãos a cheirar a fumo, da paixão pelo copo a mais e de tudo o que vem com idade, a parte boa. Mas querem dançar, pegar nos restos, reutilizar o morto, o enterrado. O que enterrámos. Querem dançar. E sabe-se lá porquê, querem também crescer.
- Dancemos, nós.
- Pois isso que se foda. O que queremos pouco lhes importa. E muito bem. Todos artistas, quando nascemos. Todos nascemos artistas. E perdemos tudo por conselhos de amigo, conselhos de merda, não acha? O Picasso disse-o. Que todos nascemos artistas, sabe?
- Pois eu acredito que nascemos tal tábua rasa.
- O caralho, é que nascemos! Eu fui mil gente, já. E perdi-os todos, homens meus, um exército de ideias, um batalhão de ideias. Perdi-as todas, entende? Se um dia reencontrar alguma, sei de onde veio. Imagine só. Encontrar-me com o que podia ter sido, se não me tivesse perdido nisto de crescer por crescer. Passei a vida toda a querer estar aqui. Não é triste, isso? Havia mil coisas mais. Tinha de ser perfeito para não me arrepender de ter crescido. Diga-me que posso voltar atrás, voltar ao exército, ao batalhão de ideias! Medique-me, se não se importar. Fale-me de um peterpanismo que possa usar. Sabe que Picasso tinha razão? Sabe não sabe?
- Volte atrás, então! Pode-o fazer. Ir ter com o batalhão de ideias.
- O caralho, é que posso! O caralho!
12 novembro, 2011
setenta e quatro
08 novembro, 2011
setenta e três
02 novembro, 2011
setenta e dois
31 outubro, 2011
setenta e um
30 outubro, 2011
setenta
23 outubro, 2011
11 setembro, 2011
sessenta e oito
Chamar-te "querida" a puxar-te do braço, vincar os lábios a imaginar que alguém nos tem estado a ver. Tu com os teus óculos e estilo (sem demasiado esforço) de miúda vinda dos anos 60, eu com roupas do paizinho e sapatilhas que me custaram os olhos da cara (bem que pagavam uma viagem nossa). Só precisamos de uns trocos para o depósito cheio e um rádio velho, lá acabo por perceber. Sempre que inventas quem queres ser afinal, apaixono-me. Tu és tu e mais mil gente. E amo-vos a todas.
23 agosto, 2011
sessenta e seis
25 junho, 2011
sessenta e cinco
- Podia ficar nisto a noite toda. (ele)
E então ela enche o copo com café. Há a nuvem de fumo por cima e um suspiro de quem tem saudades de ter sono e de não ter horas para acordar (vida de miúda).
- Sou toda ouvidos.
Ele não faz ideia de como lhe explicar que tem de ir e não a quer atrás dele. Dá por ele especado a olhar para o tecto a pensar em como um filho da puta de um beijo não mudaria nada, e a vontade de o dar ali fica, a morar com ele. Um vizinho para a vida.
02 abril, 2010
13 fevereiro, 2010
sessenta e três
08 fevereiro, 2010
sessenta e dois
07 fevereiro, 2010
sessenta e um
03 fevereiro, 2010
28 janeiro, 2010
27 janeiro, 2010
cinquenta e oito
25 janeiro, 2010
cinquenta e sete
cinquenta e seis
cinquenta e cinco
A porta do carro aberta, o rádio e o som de merda, "The modern age" a tocar e ponho mais alto. Puxo dum cigarro que não quero fumar, largo as mãos do volante, saio e fecho a porta. Dou a volta ao carro, abro a outra porta, para ouvir a música. Encosto-me ao carro, a sola suja da sapatilha e a tinta do mercedes de um ano qualquer. Lá vens tu. As minhas mãos nos bolsos, ajeito os óculos de sol, um beijo na testa. A guitarra no banco de trás do carro e a porta aberta, um ramo de flores que te trazia caiu ao chão. Tiro-te as malas da mão e levo-as eu. Não dissemos nada. Abro a mala do carro e atiro as malas de qualquer maneira. Prendes um gancho ao cabelo, ajeitas o teu casaco feio, sentas-te no banco da frente. Sento-me em cima da mala do carro, bato no vidro de trás para vires ter comigo. Viras as pernas para o lado, poisas os pés fora do carro,
24 janeiro, 2010
cinquenta e quatro
20 janeiro, 2010
cinquenta e três
They go we go, I want you to know, what I did I did."
18 janeiro, 2010
16 janeiro, 2010
cinquenta e um
11 janeiro, 2010
cinquenta
26 dezembro, 2009
quarenta e nove
quarenta e sete
22 dezembro, 2009
quarenta e seis
20 novembro, 2009
17 novembro, 2009
quarenta e quatro
01 novembro, 2009
quarenta e três
23 outubro, 2009
barulhos da casa VII
17 outubro, 2009
quarenta e dois
09 outubro, 2009
quarenta e um
05 outubro, 2009
quarenta
21 setembro, 2009
trinta e nove
15 setembro, 2009
trinta e oito
Mudei de roupa sete vezes, procurei farrapos por toda a casa. Vesti os piores que tinha e desci as escadas do prédio até uma loja de roupa qualquer. As mangas ou longas ou curtas demais, tudo fica feio. Subo e volto a casa. Perco 10 minutos a escolher o que levo e
.Fica
30 agosto, 2009
trinta e sete
27 agosto, 2009
trinta e seis
09 agosto, 2009
trinta e cinco
A bola de novelo a rodar, a ponta do fio enrolada à volta do dedo pequeno do pé descalço da mulherzinha. O gato corre debaixo da cama, puxa-lhe a saia, morde o novelo e empurra-o pelo quarto fora. O barulho das pedras na janela, dos miúdos que detestam a mulherzinha por tudo e por nada. A menina do apartamento ao lado sai de casa e não leva chapéu-de-chuva, que leva sempre. Deve-o ter perdido ou não ouviu na rádio que dava chuva. Entretanto o gato foge com o novelo de fio roxo pela escada em caracol e deixa-o fugir. A porta da entrada estava aberta e o gato foge com o novelo. Agora desce as escadas do prédio. O novelo de fio roxo acaba, a bola feita em nada. O gato está à porta do prédio, a rolar em cima de folhas no chão, da planta ao lado que morreu há meses. Chove a cântaros. A menina do chapéu-de-chuva vermelho, volta com um jornal a tapar o cabelo. Não tinha ouvido a rádio de manhã. A mulher que no prédio dizia sempre quando chovia tinha adormecido, e o gato tinha-lhe fugido com o novelo de fio. A menina ao entrar no prédio vê o gato, reconhece-o, pega-lhe pela barriga. Sobe as escadas todas e bate à porta da mulherzinha, dona do bicho. Ninguém responde que a mulher está a dormir, ferrada na cadeira, com uma revista de arraiolos nas pernas. A menina leva o gato para casa, deixa-o no sofá. Passeia-lhe a mão pela pele, improvisa uma taça para lhe deixar comida. Estende-lhe uma manta no canto da sala. Decide esconder o gato da velha durante duas semanas. Depois deixa-o à porta da velha com uma fita e um laço dado no pescoço, a lembrar uma prenda.
14 julho, 2009
trinta e quatro
13 julho, 2009
02 julho, 2009
trinta e três
11 junho, 2009
trinta e dois
30 maio, 2009
barulhos da casa VI
23 abril, 2009
trinta e um
16 abril, 2009
trinta
10 abril, 2009
vinte e nove
06 abril, 2009
vinte e oito
vinte e sete
19 março, 2009
vinte e seis ( o senhor Lobo Antunes )
13 março, 2009
vinte e cinco
02 março, 2009
barulhos da casa V
We'll fight like girls for our place at the table
Our room on the floor
But I swear we didn't have any.
serve me the sky with a big slice of lemon